BELGAS PROTEGIDOS, NãO PRESOS (Ensaio I _Gênesis 1.26)

 Esta pensando no texto de Gênesis 1.26. O termo "tselem" (KITTEL, 1997) parece falar de algo próximo, o contrário de ter, ser. A idéia que temos é que alguém fez uma réplica. Xerocou–se! Fez uma cópia. Pensei na maneira como os "passarinheiros" tiram filhotes de canários belgas. Estes precisam "vir a vida" sem ser donos dela. Para isto sua gaiola é seu seguro de vida.

 

Assim é o homem e a mulher. Tem uma existência, mas não podem dar cabo dela, é amoral. Também não podem tirar a outros, é amoral. Porém a sociedade (pós) moderna está formatando um comportamento tipo "canário-da-terra". Este, está fora da gaiola. Não quer "estar preso", prefere se mostrar mais forte que os outros lá fora. Não somos como canário belga, alguns se sentem canários-da-terra . A diferença? No primeiro a "existência" veio por alguém. No segundo, a liberdade é sua vida. Solte o primeiro e ele morrerá! No caso humano, foi feito. Tem dono. Claro que alguns irão discordar, e podem: são livres. Será.

 

Penso que, alguns não conseguem acreditar em narrativas bíblicas, em milagres, no misterioso. Não podem/conseguem vinculo com nenhum deus. Isto reflete o descompromisso consigo mesmo, evidência marcante do pensamento (pós) moderno devido ao distanciamento espiritual ao qual percorrido. Sugiro, se quiser, que salte. Sem obrigação, sem pressão, que aproxime-se, volte. Pois, "[...] transpor o abismo epistemológico causado pela Queda é certamente um ponto de partida." (LOPES, p.27, 2007). Mas, se o indivíduo não acredita na Queda, entrou num circulo vicioso. Destroi as conjunturas, desmonta os sistemas, anula os dogmas. Abre a gaiola para ser livre! De quê? Do transcendente? De si mesmo? Pode ser a ultima opção. É como se apresentam as pessoas. (Des)compromissadas, sem identidade, sem loco, com muita (des) informação, muita razão, como se fossem pequenos deuses - donos de si, mas sem saber quem são, de onde vieram? e para onde irão. Sem interesse de saber, sem vontade de ser: representam. O conselho? Volte para a ação primeira. Não quer, fazer o que? Está na moda ser a-religioso, independente, distante, sem gesso, sem normas, sem dogmas: frio. Fazer o que? Acha que está fora da gaiola, livre: não percebeu, está desprotegido.